quarta-feira, 14 de março de 2012

SURF se ensina?



"È só entrar no mar, fazer o seu surf, fechar os olhos e sentir as ondas, esquecer o mundo...”
“Surf se ensina?” Quando eu comecei a remar, furar, dropar, e degustar cada onda, eu de inicio aprendi que surf não se aprende, não se ensina, não se pega. E com o passar do tempo, eu percebi que o SURF se sente! E quando isso acontece, é tão intenso, que não existem palavras pra descrever ao certo uma sensação dessas. O surf já nasce com você, já está impresso no seu DNA, na sua vida, no seu dia-a-dia.
Se você está começando a surfar agora, é mais do que normal que você vá acompanhado, mas quer um conselho? Comece desde já, a não depender de ninguém pra isso, não dependa da boa vontade de ninguém, do bom humor de ninguém, da carona de ninguém. Saiba sempre se virar sozinho, seja lá como for. Entenda que depender de si mesmo pra surfar, é a melhor coisa. As escolinhas de surf estão cada vez mais lotadas, o surf está tomando conta de todas as idades, todos os gostos, todas as classes sociais e dimensões. Os instrutores ensinam a ficar em pé em cima de uma prancha, a base do bodyboard, a mandar 360, rollos, rasgatas e batidas, mas se o surf não estiver no interior, no coração, no brilho dos olhos, você nunca terá realmente aprendido a surfar.


Quantas pessoas que você conhece que começaram a surfar por modinha? E quantas começaram por paixão? São sensações totalmente diferentes, porque quando se começa a surfar, sem aquela paixão, não se tem tanta força de vontade, percebe-se então que o que parecia fácil, e da moda, não é tão fácil assim, e que precisa de dedicação e paciência. Daí quando não se é capaz de se manter tão paciente a ponto de procurar a evolução, todo dia, ralando, com seu próprio esforço, só se escuta por aí: “Pô, esse tal de surf, não dá pra mim não. Eu até tentei, mas não consegui, é difícil.”
Mas quando você se apaixona, é totalmente diferente, porque você só pensa em pegar uma prancha logo. E quando você tem sua própria prancha, “daí já era!” Ela se torna uma das coisas mais valiosas e intocáveis que você possui. À vontade de surfar vem todo dia, a fome de informações, de evolução, de ondas. Uma boa vontade bate na sua porta, e o amor invade seu coração. E é aí que você surfa pra você, e pensa: “Tá difícil, mas eu não vou desistir, custe o que custar, eu vou surfar pro resto da minha vida...”.

Não adianta você ter todas as oportunidades na sua mão, e não agarrar com todas as suas forças. Quando você estiver com todas as possibilidades do mundo, com vários picos irados de fácil acesso, só pare e pense que no mesmo momento, tem alguém por aí, que depende de um toco de prancha, da metade de um bodyboard, de um mar mexido, ou enfrenta diversas dificuldades apenas pra pegar um simples mar. A pessoa que for, se começar a enxergar essa realidade, de que o surf ainda não é para todos, e que não é fácil pra todos, entenderá melhor do que eu estou falando. Temos vários privilégios, de ter aprendizado por todos os lados, é só abrirmos a mente, a alma e o coração. Tenho certeza que se a realidade do surf virasse um bom senso, muita gente iria começar a dar mais valor a qualquer remada, qualquer ondinha, gorda ou esbelta, doce ou amarga. É como se o mar entrasse em nossa casa, lavasse as mágoas e nos trouxesse a calma e a paz que há na gente.

Sinta o surf, viva, aprenda e ame. O surf não é pra todos, mas para todos que o amam, é incomparável.
AS FOTOS SÃO DA AULA DE BODYBOARD QUE DEI PARA CRIANÇAS DO PARACURU E REDONDA, NO EVENTO DE DIA DAS CRIANÇAS.
Colaboração: Bárbara Hannah
Por: Ana Lyvia Martins

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