terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A vida ensina a ser mais exigente



Em relação ao amor, hoje sou menos iludida, mas também, muito mais criteriosa. Não que eu tenha desistido desse sentimento, mas aquela empolgação inocente já não existe mais.

O x da questão é que já vivi situações suficientes para perceber que relacionamento amoroso não envolve só sentimento. Envolve diferenças, envolve família, vizinhos, cachorro, cunhada. Dois deixam  de ser dois e passam a ser um número incontável de gente, torcendo por sua felicidade, ou não. Envolve paciência, pressão, frustração, desconfiança. Claro que envolve também coisas maravilhosas, como vida compartilhada, companheirismo, afeto e amor.


Hoje, vejo que ser solteira representa liberdade e aprendizado. Eu construí uma vida com meus passos, um atras do outro. aos trancos e barrancos. Mas hoje, eu sou eu, Ana Lyvia. Quem entrar na minha vida não será o protagonista, pois a protagonista já existe. Quem entrar na minha vida, se tornará referência, e não a coordenada. E a recíproca, é claro que é verdadeira. 

A questão, é que as frustrações me ensinaram a me amar mais, a valorizar os  meus momentos comigo mesma e a ser mais exigente. E alguém para adentrar no meu mundo, tem que fazer por merecer. Se ficar com joguinho, se ficar com palavras fartas e atitudes vazias, eu simplesmente perco o interesse.


Só vai entrar na minha vida, quem realmente merecer. Porque vida é mais íntimo que quarto, vida é mais íntimo que cama. As pessoas costumam relacionar intimidade com sexualidade. Mas, intimidade é SONHO, é medo, é esperança, é falar do passado, da infância, planejar o futuro, é olhar juntos na mesma direção. Intimidade requer tempo, requer dedicação, requer interesse profundo. Intimidade não é saber a cor da calcinha ou do sutiã, e sim saber a cor dos sonhos, a cor dos olhos quando choram, a forma exata dos lábios quando sorriem. Intimidade não é ver alguém de lingerie, isso você pode ver a qualquer momento, com alguém que você conhece há muitos anos  ou há poucas horas.

Intimidade não é ver alguém se despir das roupas, intimidade é ver alguém se despir das barreiras, dos medos, das suas verdades incontestáveis, das certezas absolutas. Intimidade é entrega, mas não entrega do corpo, intimidade é a entrega mais difícil: a entrega da alma e do coração.